sábado, 30 de abril de 2016
Desatino
não por acaso, sempre achei bonito fazer jogo de letras pra buscar outras palavras. talvez explique a minha paixão por palíndromos. e, ultimamente, você tem sido o mais lindo dentre todos. tem a ver com o destino de nos fazer repensar a vida, rever conceitos, desfazer as malas e encontrar outros ninhos. pode ser uma dose de doçura que você guarda só pros cafunés mais furtivos.
tem um mistério rondando o delicado e o belo; um aroma de café passado na hora com aquela preguiça de ser qualquer coisa antes das 9h; pode ser incrível o inusitado. é que, de fato, você faz cair por terra todas as chances das piadas prontas, ainda que elas sejam o tom certo pra pintar teus lábios nos meus, depois de uma gargalhada tímida.
não sei muito de amanhã. perdi o interesse no ontem. é que hoje tem um presente que não passa, que vagueia por aqui devagar, e de tanto ir, resolvi ficar.
domingo, 17 de abril de 2016
continue a nadar
chega um momento da vida que a gente nunca sabe qual caminho escolher e prefere optar por caminho algum. acaba vivendo a inércia como verdade, acima de tudo e todos. e para quem gosta de mar, ver a onda quebrando, trazendo e levando, acalma e dá sentido à palavra esperar. aquelas flores brotaram, brilharam ao sol, caíram com o fim da tarde e os anseios se espremiam entre um acreditar e outro. e como a vida é uma caixa de pandora, a gente sabe que a surpresa sempre vem. por isso, mesmo depois de tantos tropeços, chacoalhões, passos largos, conversas miúdas e sorrisos fracos, fui rendido.
fui. pisando em ovos. mas, me deixei ir. porque no fim, é assim que a banda toca. você perde o fôlego, coleciona borboletas no estômago, vive intensamente, não dá certo, acaba, sente a perda, junta o que ficou de bom, joga fora o pior e se reconstrói. a única sensação que fica é a de não deixar o coração dilacerar, com a mesma vaidade e insistindo no pudor. balela, minha gente! se estiver com calor, pula na água. molhar os pés não vai aliviar. a gente pode entrar pela beirada, sem problemas. mas, se não tiver a intenção de mergulhar, não aceite o convite para nadar.
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