quinta-feira, 18 de julho de 2013

Por mais que a vontade chegue, as palavras não me desenham. Elas percorrem as curvas que a música faz. Só me entendem com ritmo. Sem partes quebradiças, sem arestas envolvidas, sem pesar nem recuar. Aqui, o mundo grita silencioso, em dó menor. De vez em quando, vem um sol, lindo. Já disseram que o sustenido provoca mais. E eu não sei dizer o que traz movimento. De noite, uma letra pula na outra, como se não desse trégua para o descansar. Invadem a madrugada e escolhem os melhores lugares para esconder o que tem para ser dito. Só desliza com a harmonia das notas, dos tons, do aveludado da voz que embala o sono. Sempre forcei textos. Insisti cores e sabores. Cai. Segurei em cordas e batuques, para sentir a gravidade do agudo. E mesmo que seja apenas sentir, ele embala. E dança. Desisti. Vão seguindo os passos, os acordes, o sufoco de um baque prum coração destemido, apaixonado. E se a gente é, de fato, feito de verdade, essa é a minha. Letra e melodia, como as dualidades devem ser. Boa Noite

domingo, 14 de julho de 2013

A gente nem percebe o quanto deixou de ser até que a vida bata à porta, te entregando a última chance. Os dias brincaram de chegar, soprando um após outro, sem muitas surpresas. De repente, a medida te envolve e faz um jogo de perguntas e respostas, que podem deixar ou levar para algum lugar. Não foi um batida na porta. Não foi um aviso por correio. Não foi um e-mail informal. Foi um ultimato. Foi sem querer ser. Mas, se estava ali, é porque tem que ser assim. Ninguém prevê as reações até que as ações aconteçam. É isso. Chega uma hora que a hora chega, eu digo sempre. Pois bem. A hora chegou.