quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Saiu num suspiro

Os versos não dizem muito. Mas, o dito já é bastador. Porque os olhos de quem sente a vida entre os poros durante a garoa fina, hão de saber achar o amor. Entrelinhas, entrecortadas, entre os vãos das paredes cinzas. Chegou ali, cedinho. Tratou de vestir sua melhor poesia e saiu. Bateu a porta para estrondar seu ímpeto de querer mais de todos. De sentar para descansar enquanto pensa. De pegar todas as conversas que jogaram fora e alinhavar histórias e recontá-las, e recriá-las. Numa ciranda de fatos e risos. Num jogo de sede, balançando na rede todos os pormenores que sente, ao ver passar seu amor. Recebeu afago de quem senta longe, esperou a próxima música e provocou a dança no olhar. E se me perguntarem o motivo de tais linhas, direi que não sei. Porque são em verdades transparentes e límpidas que os poemas nascem, levando sinceridade e carinho. E só. E, todo o ritmo de cá, é para combinar com os cachinhos, que flutuam a me chamar, sem dó.