segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Confiar

A opção era sentar e esperar. Ficar em pé e esperar. Deitar e esperar. Sorrir e esperar. Qualquer verbo no infinitivo e esperar. No fim, a espera é incessante. Queremos sempre mais, deste, daquele, daquilo. Nunca achei que querer mais e mais fosse sinônimo de nobreza. Mas, o usual não é, há tempos, preservado e vivido. Pensando com cuidado e carinho, é bom esperar. Sugere insatisfação com o que há estagnado. Porém, é importante avaliar o que de fato é válido e o que é necessário fazer para que a espera seja certeira. Gosto mais da poética das surpresas. Mesmo que, inconscientemente, espere. Obviedades estão escritas em cartões de natal. Sou do time dos que querem mais. Mais frio na barriga, mais apostas em dias melhores, mais carinho, mais corridas com cachorros, mais música com batidas graves, mais caminhadas com cheiro de orvalho, mais mensagens de madrugada, mais interesse em quem de fato é, mais poesia, mais sorrisos desconcertantes, mais algodão doce, mais café na cama, mais banho de chuva, mais colírios da manhã, mais declarações de amor inusitadas, mais e mais e mais. Vejo tudo tão vazio. Um cinza condensado de quem não sabe o que fazer, o que dizer e a quem recorrer. Todos somos um, é verdade. Mas, já está provado que a vida é mais suave quando há partilha. *Esperar: v.t. Ficar em algum lugar até que chegue alguém ou alguma coisa que se tem como certa ou provável; aguardar. Contar com. Ter esperança. Supor, ter satisfação em acreditar. Emboscar. Confiar.

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