sexta-feira, 20 de maio de 2016
Ansiedade
ela chega porque a gente espera. a gente imagina, constrói, morre de véspera. é ânsia de vida, sobra de sentimentos acumulados, indizíveis e inclassificáveis. ela te espreita. vem quando menos se espera, que é pra tirar o sono, o chão, a paz. ela nos dá em troca, mas é mal pagadora. extrai o melhor do ser pra depois dizer que é tudo pra compensar os excessos. ansiedade é coisa de gente que transborda. é tudo demais, quando a gente se sente de menos. mas as palavras soltas vão se encaixando pra acalmar. toma fôlego, respira, expira, num exercício de não pirar. quanto mais ela nos visita, menos sabemos de onde vem. não traz consigo bagagens ou mapas dos caminhos. ela mostra a que veio, sem rodeios, pra nos laçar.
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